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Capítulo 17 de 150

1Ao mestre de canto. De Davi, servo do Senhor, que dirigiu as palavras deste cântico ao Senhor, no dia em que ficou livre de todos os seus inimigos e das mãos de Saul.*

2Disse: Eu vos amo, Senhor, minha força!

3O Senhor é o meu rochedo, minha fortaleza e meu libertador. Meu Deus é a minha rocha, onde encontro o meu refúgio, meu escudo, força de minha salvação e minha cidadela.

4Invoco o Senhor, digno de todo louvor, e fico livre dos meus inimigos.

5Circundavam-me os vagalhões da morte, torrentes devastadoras me atemorizavam,

6enlaçavam-se as cadeias da habitação dos mortos, a própria morte me prendia em suas redes.

7Na minha angústia, invoquei o Senhor, gritei para meu Deus: do seu templo ele ouviu a minha voz, e o meu clamor em sua presença chegou aos seus ouvidos.

8A terra vacilou e tremeu, os fundamentos das montanhas fremiram, abalaram-se, porque Deus se abrasou em cólera:

9suas narinas exalavam fumaça; sua boca, fogo devorador, brasas incandescentes.

10Ele inclinou os céus e desceu, calcando aos pés escuras nuvens.

11Cavalgou sobre um querubim e voou, planando nas asas do vento.

12Envolveu-se nas trevas como se fossem véu, fez para si uma tenda das águas tenebrosas, densas nuvens.

13Do esplendor de sua presença suas nuvens avançaram: saraiva e centelhas de fogo.

14Do céu trovejou o Senhor, o Altíssimo fez ressoar sua voz.

15Lançou setas e dispersou os inimigos, fulminou relâmpagos e os desbaratou.*

16E apareceu descoberto o leito do mar, ficaram à vista os fundamentos da terra, ante a vossa ameaçadora voz, ó Senhor, ante o furacão de vossa cólera.

17Do alto estendeu a sua mão e me pegou, e retirou-me das águas profundas,

18livrou-me de inimigo poderoso, dos meus adversários mais fortes do que eu.

19Investiram contra mim no dia do meu infortúnio, mas o Senhor foi o meu arrimo;

20pôs-me a salvo e livrou-me, porque me ama.

21O Senhor me tratou segundo a minha inocência, retribuiu-me segundo a pureza de minhas mãos,

22porque guardei os caminhos do Senhor e não pequei separando-me do meu Deus.

23Tenho diante dos olhos todos os seus preceitos e não me desvio de suas leis.

24Ando irrepreensivelmente diante dele, guardando-me do meu pecado.

25O Senhor retribuiu-me segundo a minha justiça, segundo a pureza de minhas mãos diante dos seus olhos.

26Com quem é bondoso vos mostrais bondoso, com o homem íntegro vos mostrais íntegro;

27puro com quem é puro; prudente com quem é astuto.

28Os humildes salvais, os semblantes soberbos humilhais.

29Senhor, sois vós que fazeis brilhar o meu farol, sois vós que dissipais as minhas trevas.

30Convosco afrontarei batalhões, com meu Deus escalarei muralhas.

31Os caminhos de Deus são perfeitos, a palavra do Senhor é pura. Ele é o escudo de todos os que nele se refugiam.

32Pois quem é Deus senão o Senhor? Quem é o rochedo, senão o nosso Deus?

33É Deus quem me cinge de coragem e aplana o meu caminho.

34Torna os meus pés velozes como os das gazelas e me instala nas alturas.

35Adestra minhas mãos para o combate e meus braços para o tiro de arco.

36Vós me dais o escudo que me salva. Vossa destra me sustém, e vossa bondade me engrandece.

37Alargais o caminho a meus passos, para meus pés não resvalarem.

38Dou caça aos inimigos e os alcanço, e não volto sem que os tenha aniquilado.

39De tal sorte os despedaço, que não mais poderão levantar-se: eles ficam caídos a meus pés.

40Vós me cingis de coragem para a luta e ante mim dobrais os meus adversários.

41Afugentais da minha presença os meus inimigos e reduzis ao silêncio os que me aborrecem.

42Gritam por socorro, mas não há quem os salve; clamam ao Senhor, mas não responde...

43Eu os disperso como o pó que o vento leva, e os esmago como o barro das estradas.

44Vós me livrais das revoltas do povo e me colocais à frente das nações; povos que eu desconhecia se tornaram meus servos.

45Gente estranha me serve abnegadamente e me obedece à primeira intimação.

46Gente estranha desfalece e sai tremendo de seus esconderijos.

47Viva o Senhor e bendito seja o meu rochedo! Exaltado seja Deus, que me salva!

48Deus, que me proporciona a vingança e avassala nações a meus pés.

49Sois vós que me libertais dos meus inimigos, me exaltais acima dos meus adversários e me salvais do homem violento.

50Por isso vos louvarei, ó Senhor, entre as nações e celebrarei o vosso nome.*

51Ele prepara grandes vitórias a seu rei e faz misericórdia a seu ungido, a Davi e a sua descendência para sempre.