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Capítulo 5 de 16

1Ora, ouvindo falar da reconstrução do altar e da restauração do templo, os povos circunvizinhos encolerizaram-se muito e,

2tomada a resolução de exterminar toda a raça de Jacó, que viviam entre eles, puseram-se a matá-los e a persegui-los.

3Por eles perseguirem desse modo Israel, Judas atacou os filhos de Esaú na Idumeia, junto de Acrabatena, infligiu-lhes uma grande derrota, esmagou-os e apoderou-se de seus despojos.

4Lembrou-se igualmente da malícia dos filhos de Beã, armadilha e perigo para seu povo, por causa das emboscadas que eles armavam nos caminhos.

5Foram rechaçados em suas torres, onde ele os sitiou e os exterminou, queimando as torres com todos os que ali se achavam.

6Em seguida atacou os amonitas, entre os quais ele descobriu um forte exército e numeroso povo, sob a chefia de Timóteo.

7Travou com eles numerosos combates e os aniquilou por completo.

8Apoderou-se da cidade de Jazer e de seus arrabaldes e voltou depois à Judeia.

9No entanto, as nações de Galaad se coligaram contra os israelitas, que habitavam em seu território, com a intenção de exterminá-los, mas estes se refugiaram no forte de Datema.

10Dali enviaram uma mensagem a Judas e a seus irmãos, nestes termos: “As nações, que nos cercam, se uniram contra nós e querem exterminar-nos.

11Prepararam-se para vir tomar a fortaleza em que nos achamos refugiados. É Timóteo quem comanda suas tropas.

12Vinde, pois, agora nos livrar de suas mãos, porque muitos dos nossos foram mortos.

13Mataram todos os nossos irmãos que se achavam na região de Tobias, levaram consigo suas mulheres, seus filhos e seus bens e mataram lá perto de cem mil homens.”

14Quando ainda se estava lendo essa carta, eis que chegam outros mensageiros da Galileia, com as vestes em farrapos e portadores de notícias idênticas,

15dizendo: “Congregaram-se contra nós nações de Ptolemaida, de Tiro e de Sidônia e de toda a Galileia das Nações, para nos destruir inteiramente”.*

16Logo que Judas e o povo souberam da situação, organizaram uma grande assembleia para deliberar sobre o que deviam fazer em favor dos irmãos atacados e provados.

17Disse Judas a seu irmão Simão: “Escolhe alguns homens e põe-te a caminho para livrar teus irmãos da Galileia. Jônatas, meu irmão, e eu iremos à terra de Galaad”.

18Para guardar a Judeia deixou ali José, filho de Zacarias, e Azarias, chefe do povo, à frente do restante do exército,

19com esta ordem: “Governai este povo e, até nossa volta, evitai toda luta com os gentios”.

20A Simão foram dados três mil homens para se dirigir à Galileia, e a Judas oito mil para ocupar a terra de Galaad.

21Simão tomou, portanto, o caminho da Galileia e travou muitos combates, esmagando diante de si as nações,

22as quais perseguiu até as portas de Ptole­maida. Perto de três mil gentios caíram e ele se apoderou de seus despojos.*

23Com grandes manifestações de regozijo, conduziu à Judeia os judeus que se achavam na Galileia e em Arbates, bem como suas mulheres, seus filhos e tudo o que eles possuíam.

24Por seu lado, Judas Macabeu e seu irmão Jônatas atravessaram o Jordão e marcharam três dias pelo deserto.

25Encontraram-se com os nabateus, os quais se aproximaram deles pacificamente e lhes contaram tudo aquilo que tinha acontecido a seus irmãos em Galaad,

26dizendo que muitos dentre eles haviam sido encerrados em Bosora e em Bosor, em Alimas, em Casfo, em Maced e em Carnain, todas elas cidades grandes e fortificadas.

27“Eles estão também reunidos – acrescentaram eles – nas outras cidades de Galaad. Seus inimigos se preparam para atacar amanhã suas fortificações, apoderar-se deles e exterminá-los num só dia.”

28Judas mudou de caminho e atravessou o deserto para alcançar Bosora de improviso. Tomou a cidade, mandou passar a fio de espada todos os homens, apoderou-se dos espólios e incendiou a cidade.

29Na mesma noite, partiu e atacou a fortaleza.

30No entanto, ao romper do dia, seus homens, erguendo os olhos, viram uma multidão incalculável carregando escadas e máquinas para escalar de assalto a fortaleza. Era o ataque aos sitiados.

31Enquanto a cidade erguia um clamor, misturado ao som das trombetas e um ruído formidável, viu Judas que o ataque se travava

32e disse a seus homens: “Pelejai hoje por vossos irmãos”.

33Separou-os em três batalhões e apareceu na retaguarda do inimigo, tocando as trombetas e erguendo preces em alta voz.

34O exército de Timóteo conheceu que era Macabeu e fugiu diante dele. Sofreu uma grande derrota e tombaram nesse dia oito mil homens.

35Judas voltou-se em seguida para Alimas. Atacou-a e conquistou-a de assalto. Matou todos os homens, tomou seus despojos e incendiou-a.

36Dali continuou e apoderou-se de Casfo, de Maced, de Bosor e das outras cidades do Galaad.

37Depois de tudo o que temos acabado de dizer, Timóteo reuniu um novo exército, acampou do outro lado da corrente, defronte de Rafon.

38Imediatamente Judas mandou alguém espionar sua posição e trouxeram-lhe a notícia: “Todas as nações circunvizinhas se uniram contra nós formando um poderoso exército.

39Tomaram em seu auxílio mercenários árabes e se estabeleceram do outro lado do rio, prontos a atravessá-lo, para vir atacar-te”. Judas foi então contra ele.

40Ao chegar Judas com suas tropas à torrente, disse Timóteo, por sua vez, aos oficiais de seu exército: “Se ele atravessar primeiro a torrente contra nós, não lhe poderemos resistir, porque terá vantagem sobre nós.

41Mas, se ele temer passar e acampar do outro lado do rio, atravessaremos e teremos vantagem sobre ele!”.

42Ora, logo que chegaram à torrente, Judas dispôs ao longo do rio os escribas do povo, com a seguinte ordem: “Não deixeis ninguém se instalar por aqui, mas venham todos ao combate”.*

43E foi ele o primeiro a se arrojar e todo o povo o seguiu. Os gentios foram derrotados diante de seus olhos, lançaram suas armas e fugiram para o templo de Carnain.

44Os judeus, porém, apoderaram-se da cidade e incendiaram o templo com todos aqueles que lá se achavam. Carnain foi assolada e ninguém pôde mais resistir a Judas.

45Este reuniu então todos os judeus da terra do Galaad, do menor ao maior, as mulheres, as crian­ças e seus haveres, uma multidão enorme que ele resolveu conduzir à terra de Judá.

46Caminharam até Efron, cidade grande e bem fortificada, que se achava no caminho. Não se podia contorná-la nem pela direita, nem pela esquerda, mas era preciso atravessá-la.

47Os habitantes fecharam as portas e se entrincheiraram com pedras. Judas, todavia, enviou-lhes mensageiros com palavras de paz:

48“Atravessaremos vossa terra para irmos à nossa. Ninguém vos molestará, apenas queremos passar”. Mas eles não lhes quiseram abrir o acesso.

49Então, Judas ordenou que cada um em seu posto se dispusesse para a luta.

50Todos os homens do exército se prepararam, pois. Durante todo o dia e toda a noite a cidade foi atacada, até cair em suas mãos.

51Passaram a fio de espada todos os homens, destruíram completamente a cidade, apoderaram-se dos espólios e atravessaram por cima dos seus cadáveres.

52Depois a caravana passou o Jordão, para chegar à grande planície, em frente de Betsã.

53Em caminho, Judas não cessava de ajuntar os retardatários e de encorajar a multidão até que chegassem à terra de Judá.

54Escalaram o monte Sião com alegria e regozijo e ofereceram holocaustos por terem voltado em paz, sem que nenhum deles tivesse sucumbido.

55Ora, enquanto Judas se achava em Galaad com Jônatas, e seu irmão Simão na Galileia diante de Ptolemaida,

56José, filho de Zacarias, e Azarias, à frente de suas tropas, souberam de seus feitos heroicos e de suas proezas.

57“Façamos também célebre nosso nome – disse um para o outro – e vamos combater nações vizinhas.”

58Transmitiram ordens às forças, que eles tinham consigo e marcharam contra Jâmnia.

59Mas Górgias saiu da cidade com seus homens para opor-se à sua investida.

60José e Azarias foram postos em fuga e perseguidos até as fronteiras da Judeia. Pereceram nesse dia cerca de dois mil homens de Israel, e foi grande a derrota do povo,

61isso porque não ouviram Judas, supondo que mostrariam seu valor,

62mas não pertenciam à raça desses homens a quem era dado salvar Israel.

63O valente Judas e seus irmãos foram de modo particular honrados por todo o povo de Israel e por todas as nações onde se ouviam seus nomes.

64Vinham em grande número para aclamá-los.

65Entrementes, Judas e seus irmãos partiram para combater os filhos de Esaú, que habitavam no sul. Abateu Hebron e seus arrabaldes, destruiu as fortificações e queimou todas as torres dos arredores.

66Partiu ainda para atingir a terra dos estrangeiros e atravessou Marisa.

67Naquele dia, pereceram alguns sacerdotes no combate, por terem querido mostrar sua valentia, saindo imprudentemente para travarem combate.

68Judas voltou para Azoto, na terra dos estrangeiros, derrubou seus altares, queimou seus ídolos, sujeitou suas cidades à pilhagem e em seguida voltou para a terra de Judá.